Com o objetivo de buscar soluções para o problema de estacionamento enfrentado por feirantes em Goiânia, o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) propôs a criação de uma área rotativa para desembarque próximo às feiras e a implantação de vagas exclusivas para feirantes cadastrados, identificados com cartão especial de estacionamento. A proposta foi apresentada nesta segunda-feira, 23, durante reunião com representantes do segmento e de órgãos de trânsito.
Durante o encontro, foi formada uma comissão que irá avaliar as sugestões e elaborar novas propostas, a serem apresentadas na próxima semana. O segmento reúne cerca de 18 mil profissionais que relatam dificuldades crescentes, principalmente devido ao aumento no número de autuações por estacionamento irregular nas proximidades das feiras da capital. Segundo os feirantes, as multas têm prejudicado o trabalho e afastado o público.
O presidente do Detran-GO, Delegado Waldir, destacou que foi procurado na última semana por representantes das quatro principais feiras especiais de Goiânia. “Eles vieram buscar soluções junto ao Detran-GO. Apesar de a gestão do estacionamento ser uma atribuição municipal, vamos trabalhar em conjunto até encontrarmos uma solução definitiva”, afirmou.
Manoel Rodrigues, representante dos trabalhadores da Feira Hippie, relatou o aumento nas multas e a remoção de veículos de clientes. “A pessoa vem fazer compras e, quando volta, encontra uma multa ou tem o carro guinchado. Perdemos esse cliente. Ele dificilmente voltará”, lamentou.
Delegado Waldir defendeu que Goiânia adote um modelo semelhante ao implantado na Suécia. “Lá existe uma rua específica apenas para o estacionamento de feirantes. Os veículos têm um selo com QR Code, que permite a identificação e a fiscalização eficiente. Isso facilita muito a organização”, exemplificou.
O presidente do Detran-GO ressaltou que os órgãos de fiscalização não podem ser omissos diante das irregularidades, mas ponderou que é preciso equilíbrio. “Não podemos penalizar os feirantes o tempo todo. Precisamos encontrar uma solução viável que traga ordem sem prejudicar quem trabalha”, concluiu.