Os carros elétricos e híbridos vêm ganhando espaço rapidamente no setor automotivo no Brasil e no mundo, marcando uma transição para tecnologias mais sustentáveis e menos dependentes de combustíveis fósseis. Essa evolução, impulsionada em parte pelas preocupações com as mudanças climáticas e pelo desejo de reduzir as emissões de carbono, levou a um crescimento notável nas vendas globais e, em particular, nos mercados emergentes, como o Brasil.
Os consumidores de hoje estão cada vez mais abertos a veículos elétricos e híbridos, não apenas como alternativas ecologicamente corretas, mas também como opções cada vez mais caras com benefícios de desempenho. A projeção de vendas para 2024 reflete esse boom: espera-se que as vendas de veículos elétricos e híbridos ultrapassem 150.000 unidades no Brasil, um marco que destaca o rápido avanço desses veículos em um mercado importante.
Os carros elétricos funcionam totalmente com energia elétrica, sem um motor de combustão interna, o que significa zero emissões diretas e custos operacionais mais baixos a longo prazo. Por outro lado, os veículos híbridos combinam um motor de combustão interna com um ou mais motores elétricos, aproveitando tanto os combustíveis fósseis quanto a eletricidade para otimizar o consumo de energia.
Há vários tipos de híbridos: os híbridos plug-in (PHEVs) permitem que as baterias sejam recarregadas externamente, enquanto os híbridos convencionais (HEVs) e os micro-híbridos (MHEVs) dependem principalmente do motor de combustão interna para recarregar as baterias. Cada tipo de veículo híbrido oferece benefícios diferentes em termos de eficiência e alcance, permitindo que os consumidores escolham de acordo com suas necessidades de mobilidade e acesso à infraestrutura de recarga.
No contexto brasileiro, o crescimento dos veículos eletrificados tem sido significativo. De acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), espera-se que as vendas atinjam mais de 160.000 unidades até o final de dezembro de 2024, representando um aumento de 70% em comparação com os 93.927 veículos registrados em 2023.
Em 2020, o Brasil tinha cerca de 350 estações de recarga e, em agosto de 2024, esse número subiu para 10.622, facilitando a adoção de carros elétricos, especialmente em áreas urbanas, onde a densidade de estações é maior.
Em termos de números de vendas, em setembro de 2024, foram registradas 4.699 unidades de veículos totalmente elétricos, representando 35,4% do número total de carros eletrificados vendidos no país. Embora tenha havido uma ligeira queda de 8,1% em relação a agosto, esse volume reflete um aumento de 156,8% em comparação com o mesmo período do ano passado, demonstrando uma forte tendência de crescimento.
Entre os modelos mais vendidos, os veículos da BYD se destacam, com o BYD Dolphin Mini liderando o mercado com 2.169 registros, seguido pelo Dolphin e pelo Yuan Plus, evidenciando o domínio dessa marca no segmento de veículos elétricos no Brasil.
O GWM Haval H6 foi o modelo híbrido mais vendido, com 1.649 unidades registradas, seguido de perto pelo BYD Song Plus e pelo Toyota Corolla Cross.
Em termos totais, houve a venda de 122.548 veículos elétricos no Brasil entre janeiro e setembro de 2024, um número que reflete um aumento de 113% em comparação com o mesmo período do ano passado. Essa tendência reforça a expectativa da ABVE de que se ultrapasse a projeção do número de 150.000 veículos antes do previsto.
Deve-se observar que, devido às suas características específicas relacionadas à bateria, esses carros geralmente recebem tratamento especial das seguradoras. Os carros elétricos não exigem apenas a cobertura padrão, como colisão, roubo e proteção contra acidentes, mas também serviços adicionais na apólice. Assim, os proprietários de carros elétricos podem ter acesso a garantias estendidas de bateria, assistência especial em caso de problemas técnicos ou de carregamento e até mesmo cobertura para possíveis falhas elétricas, que atendem às necessidades e aos riscos associados a essa tecnologia emergente.
Na América Latina, a adoção de veículos elétricos ainda é incipiente em comparação com outras regiões, embora o interesse do consumidor esteja em uma tendência de crescimento. De acordo com uma pesquisa da YouGov Global Profiles realizada no início de 2024, 64,8% dos consumidores latino-americanos acreditam que os carros elétricos representam o futuro da indústria automotiva.
Esse número é maior do que a média global de 59,8%, indicando um alto nível de interesse na região. No entanto, a propriedade de veículos elétricos e híbridos na América Latina continua baixa, com apenas 6,8% dos entrevistados, em comparação com a média global de 12%.
Na América Latina, o Brasil se destaca com a maior penetração de carros elétricos, chegando a 10% dos entrevistados que possuem um veículo elétrico ou híbrido, enquanto no México e na Colômbia as taxas são inferiores a 5% e na Argentina apenas 2,7%. É possível explicar parcialmente essa disparidade na adoção pelo alto custo desses veículos e pela infraestrutura de recarga limitada, fatores que retardaram sua expansão. Entretanto, espera-se que a adoção de veículos elétricos cresça à medida que os preços caiam e a disponibilidade de modelos no mercado de segunda mão aumente, facilitando o acesso de mais consumidores.
Em setembro de 2024, as vendas globais de veículos elétricos e híbridos atingiram 1,69 milhão de unidades, impulsionadas principalmente pelo mercado chinês, que é o maior consumidor de veículos elétricos do mundo.
Globalmente, estima-se que existam cerca de 42 milhões de carros elétricos e híbridos plug-in em circulação, um número que, embora represente apenas 3% dos carros em todo o mundo, destaca o rápido crescimento desse mercado. Entre 2019 e 2023, o mercado de carros plug-in registrou um crescimento cumulativo de 436%, com um aumento constante de 60% ao ano até 2022, quando o crescimento começou a desacelerar.
Esse cenário sugere que a transição para veículos mais sustentáveis está em andamento, embora enfrente desafios significativos.
Com o tempo, fatores como redução de custos, aumento das estações de recarga e políticas governamentais em evolução provavelmente impulsionarão ainda mais a adoção de carros elétricos e híbridos, contribuindo para uma mobilidade mais limpa e eficiente no futuro.
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