A saúde da população amazonense foi tema abordado pelos deputados durante a Sessão Plenária, desta quarta-feira (13/3), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). A situação de higiene na Maternidade Ana Braga, localizada na zona Leste de Manaus, e a qualidade da água dos poços que abastecem o município de Parintins (369 quilômetros distante de Manaus) foram destaque nos debates, no plenário Ruy Araújo.
Em seu pronunciamento, o deputado Wilker Barreto (Mobiliza), membro da Comissão de Saúde da Aleam, repercutiu a visita técnica realizada, na última segunda-feira (11), à Maternidade Ana Braga. Segundo Barreto, foram constatadas diversas irregularidades, como falta de berços, medicamentos e, principalmente, a precariedade na higiene das instalações.
“A empresa que faz a limpeza, a LimpaMais, está indo para oito meses sem receber do Governo do Estado”, disse o deputado, revelando que, no momento da visita à unidade de saúde, existiam apenas seis colaborares responsáveis pela limpeza. “E tinham esses seis funcionários porque sabiam que eu faria a fiscalização, pois normalmente ficam apenas dois. Sendo que o mínimo necessário, para o tamanho do hospital, seriam 23 pessoas”, avaliou, informando que solicitará uma inspeção sanitária da Vigilância Sanitária do Município (Visa Manaus).
Barreto relatou ainda a necessidade de os recém-nascidos dividirem o leito com as mães, já que não existem berços, além de áreas com leitos desativados por não existir sistema de refrigeração no local.
Água de Parintins
Em seu discurso, o deputado Sinésio Campos (PT) discorreu sobre a contaminação por nitrato e alumínio das águas dos poços que abastecem a população de Parintins. O deputado lembrou que o primeiro alerta sobre a qualidade da água naquele município foi dado pela Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), em agosto de 2023, por meio do “Relatório Sintético – Situação dos Poços de Parintins”, em que foi registrado que 22 dos 26 poços subterrâneos administrados pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), na cidade, estão contaminados, com água imprópria para o consumo humano.
“A água consumida pelos parintinenses está contaminada com amônia, manganês, ferro e, os mais graves, nitrato e alumínio, bem como a presença de coliformes fecais”, informou Campos.
O deputado cobrou do município ações para resolver o problema, e criticou o decreto do município que determina o aumento de 4,51% na tarifa de água e esgoto.
“Estão vendendo água contaminada”, alertou, afirmando ainda que isto pode causar doenças e muitos outros perigos à saúde da população.